Como taróloga eu recebo muitas perguntas sobre o amor e um tema recorrente que aparece nas minhas leituras. São as pessoas que procuram no outro uma fonte de validação e também de felicidade. 

 

No tarô tradicional de Waite, há uma divisão entre arcanos maiores, cartas da corte e arcanos menores, sendo que os arcanos menores se referem ao cotidiano, são ações mais imediatas e práticas que atingem a nossa vida de forma direta. Nesses arcanos menores há primeiro a divisão entre naipes, cada um se referindo a uma área da vida e dentro de cada naipe uma divisão de um a dez que mostra uma progressão de acontecimentos possíveis de serem vistos no cotidiano.

 

Nos naipes que são 4, copas, paus, espadas e ouros, o naipe de copas é o que fala especificamente dos aspectos emocionais, e na progressão das cartas, antes de se manifestar o 10 de copas que seria a carta da família feliz, do casamento, da união, vem o 9 de copas, que é o ponto que vejo que a maioria dos consulentes deixa passar: o 9 de copas se refere ao bem estar emocional, autoestima, ter amor pela vida e pelo que se faz, e eu percebo que a maioria dos consulentes tem dificuldade em atingir essa etapa de plenitude em si e pretende pular logo para o 10 de copas, o relacionamento feliz. 

 

Ontem mesmo surgiu uma dessas leituras, a consulente não tinha o seu 9 de copas pleno e procurava isso na pessoa com quem se relacionava, o problema é que como ela precisava integrar esse 9 de copas em si, esse amor próprio por ela mesma, ela atraía parceiros que não estavam dispostos a dar nenhuma validação emocional a ela. Isso parece muito triste, mas vendo pelo grande esquema das coisas, essas parceiros indisponíveis que ela atrai na verdade estão dizendo para ela, que ela precisava dar amor para si mesma, contar consigo mesma, ser feliz por conta própria e aí será capaz de partilhar desse amor com alguém na mesma energia. 

 

Através da minha experiência pessoal e também através do meu trabalho, percebo que muitas vezes uma história de continuidade de relacionamentos afetivos que não funcionam, falam muito mais das nossas questões pessoais do que da impossibilidade de se encontrar pessoas abertas ao amor. O desejo de que o outro preencha as suas necessidades é na verdade egoísmo e revela uma tremenda falta interna. Sem ter amor partindo de si, é muito difícil esperar que o outro preencha essa lacuna e na verdade isso é um fardo muito pesado para se carregar. Você já imaginou como seria ser responsável por toda a possibilidade de alegria de uma outra pessoa? 

 

Por isso eu acho muito importante o preenchimento emocional próprio, fazer o que dá prazer, encontrar a alegria em si e essa é, pelo caminho que vejo na minha vida e também através das cartas, a chave para se encontrar relacionamentos verdadeiros de amor, reciprocidade e companheirismo.

 

Taróloga Valkiria

Equipa Chave Mística