Você já deve ter visto ou ouvido falar de baralhos de Maria Padilha, Maria Mulambo, Tranca-Rua, Zé Pelintra, Dona Sete... Será que está a surgir uma nova cartomancia brasileira?
Bem, o baralho é um conjunto de cartas, que pode ser usado como oráculo, por exemplo, tarot, lenormand ou baralho cigano. Já entidade é um espírito evoluído que atua para ajudar a humanidade. Logo, os baralhos de entidades são oráculos canalizados.
Essa categoria de oráculos foi batizada recentemente pelos cartomantes brasileiros Alexsander Lepletier e Edijane Sarruf, mas o movimento já havia começado há algum tempo no Brasil. Na década de 90, foi criado o primeiro baralho cigano com a representação simbólica dos orixás sob orientação espiritual: “Tarot Cigano”, da Katja Bastos. Em 1997, Eliane Arthman canalizou o baralho de Maria Padilha que possui simbologia totalmente diferente do baralho cigano. Depois surgiu o baralho de Dona Maria Mulambo canalizado pela Sonia Boechat Salema. Há muitos outros, mas a lista ficaria imensa; e surgirão outros mais.
Vale ressaltar que os baralhos são canalizados, porém não têm viés religioso, não obstante também serem usados dentro de instituições religiosas, assim como o baralho cigano. Qualquer pessoa pode jogar ou usar essa ferramenta, não precisa pertencer a alguma religião/crença. A materialização de oráculos foi a forma que esses seres de luz encontraram para transmitir e fomentar o conhecimento, além dos templos/igrejas.
Já é sabido que a humanidade precisa evoluir, isso não é novidade, então entendo que a espiritualidade atua com as ferramentas que têm/temos para mais pessoas receberem as suas mensagens. E por que não através de baralhos?
Seguindo o raciocínio, a maioria dos oráculos fornecem simbologias “simples” e conhecidas para irem direto ao ponto, sem rodeios para facilitar e destravar a jornada evolutiva dos seus consulentes. Logo torna-se um instrumento acessível para quem quiser conectar-se a determinada egrégora. Já para quem pretende ler profissionalmente, o mais indicado é estudar, depender somente da intuição pode ser arriscado, pois o seu “sinal” pode falhar na hora da consulta. E aí?
Não existe baralho melhor, a profundidade e a potência dependem de quem está a ler. Acredito que a escolha de um Baralho é um chamado, a pessoa sente afinidade com aquelas lâminas independentemente da entidade.
Por falar em lâminas ou cartas, muitos (ou todos) canalizadores dizem que as lâminas são portais energéticos, acredito que semelhantes às mesas radiônicas/psiônicas. Então, além de mostrarem uma direcção, podem curar as dores da alma e do corpo, trazer luz, prosperidade e muito mais.
É uma conexão com o sagrado, então eu particularmente não aprecio o uso para fins corriqueiros e profanos. Muitos acreditam que essas entidades atuam somente para questões materiais, mas é muito mais abrangente do que o que a nossa mente possa imaginar, não podemos esquecer que são entidades de luz apromover a evolução coletiva, então o objetivo é dar caminho e empoderamento para fazer a roda da vida girar.
Acredito que os baralhos de entidades ganharam mais espaço durante a pandemia de COVID-2019, momento em que as instituições religiosas foram fechadas e as pessoas ficaram “sem a ajuda espiritual”, então o oráculo foi uma das formas para manter o contato ou receber um direcionamento. Essa modalidade deve permanecer e muitas outras devem surgir. Para quem não pode ou não quer frequentar um local religioso, o oráculo é um alento para os desafios da vida e uma forma de autoconhecimento. Será um novo momento da nossa espiritualidade? Algo mais autônomo, sem um sacerdote ou sacerdotisa? Vamos acompanhando.
Sem sombra de dúvida, que está a surgir uma nova cartomancia brasileira, isso tende a ser um marco na história, se já não o for. Os baralhos de entidades dão voz a seres tão iluminados e generosos, são presentes e instrumentos para a nossa evolução, além de um grito de resistência para preservar a nossa cultura ancestral.
Consultora Ametista
A Equipa Chave Mística
www.chavemistica.com