
Próximo ao final do ano de 1908, um, rapaz, que na época tinha 17 anos de idade, nascido e morador de Neves, São Gonçalo, preparava-se para ingressar na carreira militar, quando foi acometido de uma paralisia inesperada. Muitos foram os médicos levados até ele, mas de nenhuma forma conseguiam explicar o que ocorreu ao jovem. Certo dia este jovem, chamado Zélio fernandino de Moraes, Ergueu-se na cama e disse. “Amanhã estarei curado”. Eis que, no dia seguinte, o jovem realmente se levantou da cama curada. como se nada tivesse acontecido. Os médicos, que já não havido explicado a paralisia não conseguiram também explicar o que havia ocorrido. Alguns tios de Zélio, padres da igreja católica, vieram visitar. Não isto no intuito de entenderem o que ocorrerá com o jovem, mas também não conseguiram explicar o fenômeno. Um amigo da família, então, sugeriu uma visita à federação espírita do estado do Rio de Janeiro, viu? Então. Sediada Niterói, presidia na ocasião, por José de Souza. Descrente do que seria dada uma explicação, porém convencidos pela falta de opções, os pais de Zélio o acompanharam até a referida sessão espírita. Chegada à sessão Zélio tenso, aguarda por orientações, tendo o dirigente determinado que Zélio ocupasse um dos lugares à mesa em determinado momento dos trabalhos, tomado por uma força desconhecida. E superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento. De desconhecido da e superior à sua vontade, contraindo as normas que impediam o afastamento de qualquer um dos integrados na mesa, Zélio levanta-se e desse: “Aqui está falando uma flor”. Retirando da sala. Retornou em poucos momentos. Trazendo uma rosa, que depositou em cima da mesa. Esse gesto causou um princípio de polêmica entre os presentes.
Restabelecido a recorrente manifestaram-se em várias dos médiuns presentes, espíritos que se identificaram como de indígenas ou caboco. e de escravos africanos. O dirigente dos trabalhos convidou esses espíritos a se retirarem advertindo-os acerca do seu(deles) atraso espiritual. De acordo com a entrevistas do próprio Zélio, nesse momento ele sentiu-se novamente dominado pela estranha força, que fez com que ele falasse, sem saber o que dizia.
Ouvia apenas a sua própria voz. perguntando o motivo que levava a dirigente dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos, e porque eram considerados. “atrasados” apenas pela diferença de cor ou classe social que revelaram ter tido na última encarnação.
seguiu-se um diálogo acalorado e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio, desenvolvendo uma sólida argumentação.
Um dos médiuns videntes perguntou, então: afinal porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente, atrasados? E qual é o seu nome, irmão? A resposta de Zélio ainda tomado pela misteriosa força, foi:
Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho, para dar. Início é um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber o meu nome, que seja este: caboclo das encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.
O médium. Vidente. Insistiu. Com ironia. Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto. O que entidade respondeu? Cada Colina de Niterói. Atuará. Como porta-voz. Ver enunciando o culto que amanhã iniciarei.
No dia seguinte,16 de novembro, na residência da sua família, na rua Floriano Peixoto, número 30, em Neves, ao se aproximar da hora marcada, 20 horas. Já ali se reuniram os membros da federação espírita, visando comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera. alguns parentes mais chegados, amigos, vizinhos e do lado de fora da residência, grande número de desconhecidos.
Às 20:00, manifestou-se o caboclo das 7 Encruzilhada, declarando que naquele momento, se iniciava um novo culto, em que os espíritos dos velhos africanos, que haviam servido como escravos e que desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos do Brasil poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a sua cor, raça, o credo e a condição social. a prática da Caridade Seria a tônica desse culto que teria como base o evangelho de Cristo e como mestre supremo Jesus.
Após estabelecer as normas em que se processaria o culto, deu-lhe também o nome anotado por um dos presentes como Alabanda, substituindo por Aumbanda, que em sânscrito pode ser interpretado como “Deus ao nosso lado” ou “o lado de Deus”. O nome pelo qual se popularizaria, entretanto, seria o de Umbanda.
Após este evento de fundação da religião muito se evoluiu e muito mudou, para que a religião pudesse servir, aos propósitos evolucionistas diversos
As principais bases de sustentação e formação da umbanda. Foram as 4 principais Correntes religiosas presentes no Brasil, a época da sua fundação, sendo elas: Catolicismo, Candomblé, Kardecismo e pajelança.
Muita gente confunda a umbanda com o Candomblé e já ouvimos até mesmo pessoas dizendo que a Umbanda não foi fiel aos ritos Candomblé virando as costas as suas raízes. Dentro da minha visão pessoal isto é uma grande asneira porque quem não conhece a fundo a história da Umbanda e nem mesmo de outras religiões.
Se a umbanda fosse de alguma forma atribuir a si mesmo uma raiz única este seria o kardecismo, pois a Umbanda foi fundada após uma manifestação em uma sessão espírita. Porém atribuímos á umbanda as 4 raízes, pois cada uma trouxe para a Umbanda, doutrina base e fundamentos. Citaremos alguns para ilustrar.
Do Catolicismo trouxemos o sincretismo, a hierarquia e metodologia da oração. Do candomblé trouxemos o culto aos Orixás e toques de curimba (o culto de forma cantada), da Pajelança trouxemos o culto à natureza, a utilização de ervas e defumadores e os trabalhos com pés na terra. Já do Kardecismo toda a base de estudo espírita, a manifestação mediúnica e o entendimento da espiritualidade, e como ela se processa no astral.
Sem qualquer uma destas bases a Umbanda deixa de ser Umbanda. Rituais específicos e linhas cultuadas se enquadram nestes elementos seja qual for a doutrina praticada.
Algumas pessoas ainda insistem em dizer que a Umbanda já existia antes desta fundação, atribuindo sua fundação a outros médiuns. Respeitamos todos estes médiuns que de alguma forma realizavam trabalhos parecidos com a Umbanda, porém toda religião tem um nome e seu “batismo”, ou seja, o momento em que recebeu este nome é o que define sua fundação. Enfim, muito pode ter sido praticado por outros médiuns, porém o nome Umbanda, a Umbanda como conhecemos, só passou a existir depois do advento do sr. Caboclo das sete encruzilhadas, manifestado no médium Zélio Fernandino de Moraes.
Creio que muitos lugares do Brasil e até do mundo a mediunidade é praticada a milênios, porém somente nesta ocasião esta prática foi nomeada Umbanda e somente neste momento a Umbanda passou a existir.
Tarologa Jacinta
A Equipa Chave Mística
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