Para o Espiritismo, alguns animais manifestam o que se pode designar por mediunidade incipiente, pois demonstram uma capacidade de pressentir fenómenos no ambiente e, na maioria das vezes, essa perceção revela-se correta. Adicionalmente, atuam como "antenas" que captam a energia menos positiva de indivíduos que nutrem intenções maliciosas contra os seus tutores.
Os animais domésticos são capazes de ver espíritos e até de interagir com eles, beneficiando de uma visão mais penetrante que lhes permite distinguir os sinais emitidos por essas entidades. Embora a sua alma se assemelhe à humana, é considerada de natureza inferior. A distância entre a alma do animal e a do Homem é comparável àquela que existe entre a alma humana e a de Deus.
Segundo Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, o ser humano partilha muitas semelhanças com os animais. Contudo, estes últimos orientam-se sobretudo pelo instinto, embora possuam uma inteligência, ainda que limitada. É inegável que alguns deles executam ações que parecem coordenadas, expressando uma vontade de agir mediunicamente num sentido específico e consoante as circunstâncias. Demonstram uma forma de inteligência e uma certa "educação". Possuem também uma linguagem; não estruturada em palavras ou sílabas, mas um meio eficaz de comunicação para exprimir as suas sensações.
O Destino da Alma Animal
Após a morte do animal, a sua individualidade é preservada no mundo espiritual ou universo superior, seguindo uma lei de progresso idêntica à dos seres humanos. Neste plano espiritual, onde os espíritos humanos se encontram em estados mais avançados, os animais também evoluem, desenvolvendo meios de comunicação mais sofisticados.
Esta conceção é ecoada por diversas tradições religiosas. "Os animais de estimação vão para o céu, e isso depende do seu comportamento na Terra, cujas atitudes determinam a sua bênção divina", afirmou o rabino Gershon Winckler. A especialista em vida animal, Mary Buddemeyer Poter, acredita que "todos os animais vão para o céu, uma vez que são seres inocentes e livres do pecado". Um professor de Teologia da Universidade de Nottingham, em Inglaterra, defendeu que "não importa como agiram na Terra, eles vão para o paraíso".
Por outro lado, Brian Mc Sweenewy, vice-chanceler da arquidiocese de Nova Iorque (EUA), considera que "eles vão para o céu devido ao vínculo que os seus donos têm com eles, já que o céu foi criado para os humanos".
A Distinção Essencial
Existem inúmeras afinidades e correspondências entre o ser humano e os animais, arquétipos que representam as camadas mais profundas do inconsciente e do instinto. No entanto, apesar de serem considerados seres irracionais, a maioria deles manifesta a fraternidade, convivendo pacificamente com os seres humanos. Através do seu corpo, expressam emoções e o instinto de preservação da espécie, observável em praticamente todos.
Os animais surgem em diversas religiões como guardiões de templos. No Egito, a zoólatria era levada muito a sério. Um egípcio podia permitir que a sua casa fosse consumida por um incêndio para salvar o seu gato. Foram encontradas várias múmias de felinos em sepulcros egípcios. Para Shiva (divindade hindu), toda a forma de vida é sagrada e não há distinção entre o ser humano e o animal.
É fundamental frisar que a diferença essencial entre os animais e o Homem reside no Princípio Inteligente, no poder de distinguir entre o bem e o mal, e na consequente responsabilidade pelos seus atos. O ser humano é, inequivocamente, um ser distinto, pois possui faculdades que o singularizam e que definem o seu destino.
Tarólogo Alberto
A Equipa Chave Mística